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Um desafio chamado Rinjani - Parte III


Depois de algumas horas naquele lugar mágico, onde disfrutamos de cada minuto, chegou a hora de começar a descida que, para nossa surpresa, não seria tão tranquila quanto imaginávamos.

Logo no início aquele trecho bastante inclinado. Agora a luz do dia revelava os detalhes do caminho por onde havíamos pisado durante a noite anterior. Percebemos o quanto perigoso era aquele caminho. De um lado, o lado voltado para dentro da cratera, um penhasco mortal, queda livre! Do outro lado, não menos perigoso, uma forte inclinação formada por pequenas pedras e muita cinza vulcânica. Imaginem uma montanha de pedras, tipo aquela de construção, agora imagine você no topo daquela montanha, assim era o caminho. Caso caísse pra dentro.. viraria oferenda, se caísse pra fora, com sorte, ganharia alguns arranhões.

E eu comecei a descer, curtindo aquela vista maravilhosa, e sabendo que dificilmente viria algo igual na minha vida. Comecei a acelerar, descer mais rápido, queria chegar logo no acampamento para poder descansar e estar tranquilo por um momento enquanto esperava pelo o restante da trupe. Foi em um ponto da descida, um lugar bastante rochoso, que ouvi um estrondo atras de mim, como se algo batesse forte no chão, uma, duas, três vezes até que olhei pra trás e vi Karimo, lembra do egípcio? Então aquele ex jogador de vôlei, com tamanho de jogador de vôlei, vinha rolando pelo chão, tentando se levantar e caindo outras vezes, o terreno tão inclinado não permitia que ele conseguisse parar ou se estabilizar, não naquela velocidade. Até que ele conseguiu ficar de pé mas não conseguiu parar, vinha numa velocidade bastante alta, e eu estava no caminho dele!!!

Sem pensar me coloquei naquela posição de quem vai empurrar uma grande carga. Com um dos pés atrás e os dois braços esticados a frente, fiz uma careta já imaginando o impacto. Foi quando Karimo bateu com força, muita força, mais do que o engenheiro aqui poderia imaginar, então nós dois rolamos para baixo, para o lado certo, o lado de fora, o lado cheio de pedras e cinzas. Eu fui lançado a uns 5 metros morro abaixo enquanto Karimo uns 15 metros pelo menos. Com o impacto fiquei meio zonzo, demorei alguns segundos para entender o que tinha acontecido, foi quando vi o tal egípcio estirado mais abaixo.

Percebi que eu estava bem, apesar da violência do choque foi somente um susto. Gritei o nome de Karimo, ele me respondeu meio assustado, perguntei se estava bem e disse que sim. Entao levantou-se e nos demos conta que sua calça havia rasgado na altura do joelho, também havia sangue, seu joelho estava ralado, uma boa recordação para aquela aventura. Saiu barato!

Depois de nos recompormos seguimos descendo, agora mais lento, afinal a lição foi aprendida. Quando chegamos ao acampamento os "porters" (lembram dos carregadores que faziam parte da "caravana"?) já haviam desmontado as barracas e iniciado a descida na nossa frente.

Um vez que todos da equipe haviam chegado o plano era descer até aquela lagoa no meio da cratera daquele que um dia foi um super vulcão. Eram cerca de 600 metros de descida, por um caminho bastante bonito, muito verde em alguns momentos, muitas rochas em outros. Enfim a caminha foi bastante prazeirosa é uma ótima oportunidade para piadas e conversas sobre a façanha da noite anterior.

Por fim chegamos ao lago. Um lugar lindíssimo, com muitas árvores e aquele lago surreal, a 2000 m de altitude com Águas na cor azul! Uma surpresa muito bem vinda nos esperava a alguns metros do lago, escondida entre algumas rochas estava uma outra lagoa, uma lagoa de Águas térmica, água quentinha. Não tivemos dúvida, era hora pra uma banho merecido depois daquela odisseia.

Todos banhados nos reunimos para comer algo e discutir os próximos passos. Normalmente em uma, vamos chamar, excursão daquelas nos dormiríamos naqueles lugar. Ali passaríamos o restante da tarde e acamparíamos durante a noite para então seguir viagem. Porém nosso tempo era curto, tínhamos um voo para pegar no outro dia no início da tarde.

Então por orientação do guia decidimos que íamos seguir em frente. Tínhamos que subir pelo outro lado da cratera, agora subindo os tais 600 metros até o anel do vulcão novamente, para então começar a descida até o ponto final ao pé da montanha. Essa nova etapa não seria fácil, já que agora o caminho era uma parede. Nada de escalda técnica com corda, mas uma inclinação bastante acentuada com muitas rochas.

E assim fomos subindo por várias horas, parando uma vez ou outra para descansar e comer algo. ate que encontramos uma clareira mais ou menos na metade do caminho, e lá decidimos fazer acampamento e descansar. Foi bastante divertido, comemos um prato bastante saboroso feito pelo pessoal do guia. Naquela altura do campeonato qualquer coisa seria um banquete mas a comida era mesmo boa. E assim fomos para as barracas em torno da 21 h. Tínhamos que despertar no meio da madrugada para seguir viagem morro acima.

As 3 am tocou o despertador e la nos reunimos para um café e empacar o equipamento. Seguimos no meio da noite, uma vez mais equipados com as tais lanternas de cabeça. O caminho era bastante rochoso, mais do que técnica, tínhamos que ter atenção. Uma queda poderia causar mais do que lembranças de uma aventura surreal. E assim fomos parede acima para então quase ao amanhecer chegar no anel daquele enorme vulcão, agora do lado oposto de onde aviamos iniciado a jornada 2 dias antes.

Depois de uma parada para descansar e aproveitar daquela vista maravilhosa, seguimos caminho abaixo rumo ao pé da montanha. Agora o camino era bastante verde. Muita mata e arvores, cada vez que descíamos mais a floresta aumentava. Até que nos vimos dentro de uma mata incrível, com árvores enormes, e muitas raízes expostas que algumas vezes dificultavam a passagem. Depois de alguns horas chegamos ao portal de acesso ao pé do tal vulcão. Ali havia acabado aquele jornada maravilhosa. Jornada que serviu de aprendizado para cada um de nos. Tenho certeza que cada um de nós aprendeu ou levou algo diferente daquela odisseia.

Voltei daquela aventura uma pessoa diferente. Alguém que acreditava em mim mesmo, que sabia que os desafios surgem para serem superados, e que nossa força interna, nossa vontade de fazer algo é “imparável” quando acreditamos no que queremos. Estar com aqueles grandes amigos, pessoas tão especiais naquela aventura foi algo extraordinário, lembranças que vou levar para o resto da minha vida, lembranças que me marcaram para o resto da minha vida!!

Espero que tenham gostado e que eu tenha sido capaz de descrever algo tão marcante para mim. Um grande abraço a todos e até a próxima. Curtam as imagens!

Alguns mantras poderosos!

#1 

"What consumes your mind, controls your life"

 

#2
"O ato de correr é mais do que uma sucessão de saltos como está conceituado na literatura. Correr é um ato de coragem, persistência e superação; um metafora da vida na mais pura expressão atlética" - Alan Ricardo Costa

 

#3

"Don't be easy to define, let they wonder about you" @sucess_foundation

#4
Love your fucking life. Take pictures of everything. Tell people you love them. Talk to random strangers. Do things your're are scared to do. Fuck it, because so many of us die and no one remembers a thing we did. Take your life and make it the best history in the world. Don't waste that shit"

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